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Duas traduções do poema "Primavera Nórdica" de Edith Södergran #tradução&poesia



Edith Södergran (1892—1923)




Poeta símbolo do modernismo sueco finlandês, Edith Södergran viveu desde sua mocidade com tuberculose, nasceu em 1892 e faleceu da doença em 1923. Nasceu num território entre culturas, no que hoje é Rússia mas já foi Finlândia, sua escolarização foi em alemão mas sua língua doméstica era o sueco.


Tradutores:


Fernanda Sarmatz Åkesson, nascida em 1970 em Porto Alegre, é bacharel em ciências jurídicas e sociais pela PUC/RS. Vive em Estocolmo desde 1999, onde completou seus estudos com cursos de pedagogia e de português para estrangeiros. Trabalha como professora de português (língua materna e língua de herança). Já traduziu obras de ficção e não-ficção. Alguns dos autores traduzidos são: Astrid Lindgren, Peter Englund, David Lagercrantz, Pernilla Stalfelt, Christina Rickardsson, Karin Boye.


Luciano Dutra, nascido em 1973, em Viamão, é bacharel em língua e literatura islandesa (2007) e mestrando em estudos de tradução pela Universidade da Islândia. Além de literatura islandesa e nórdica contemporânea, traduz as sagas, obras únicas de prosa de ficção compiladas na Idade Média por autores anônimos da Islândia. Em 2014, fundou em Reykjavík, onde vive desde 2002, a Sagarana forlag, editora plurilíngue que enfoca a publicação de literatura em tradução entre as línguas nórdicas e o português. Mantém desde 2016 a página Um Poema Nórdico ao Dia (www.facebook.com/nordrsudr), que publica diariamente poemas de autores de todos os países nórdicos.







NORDISK VÅR


Alla mina luftslott ha smultit som snö,

alla mina drömmar ha runnit som vatten,

av allt vad jag älskat har jag endast kvar

en blå himmel och några bleka stjärnor.

Vinden rör sig sakta mellan träden.

Tomheten vilar. Vattnet är tyst.

Den gamla granen står vaken och tänker

på det vita molnet, han i drömmen kysst.



Edith Södergran, Dikter (Poemas), 1916





PRIMAVERA NÓRDICA


Todos os meus castelos de ar se derreteram como a neve,

todos os meus sonhos escorreram como água,

e de tudo o que amei somente me restou

um céu azul e algumas estrelas pálidas.

O vento se move vagarosamente entre as árvores.

O vazio repousa. A água faz silêncio.

O antigo carvalho está acordado pensando

na nuvem branca que havia beijado em seus sonhos.



(traduzido do sueco por Fernanda Sarmatz Åkesson)





PRIMAVERA NÓRDICA


Todos os meus castelos de ar derreteram feito neve,

todos os meus sonhos escorreram feito água,

de tudo o que amei resta-me apenas

um céu azul e um punhado de estrelas pálidas.

O vento se move lentamente entre as árvores.

O vazio repousa. A água cala.

O velho abeto segue acordado e pensando

na nuvem alva que beijou num sonho.



(traduzido do sueco por Luciano Dutra)





Leitura da poeta Ilana Eleá






Nordisk vår musicado por Viktor Lundin

Innan Jag Somnar, 2020










#tradução&poesia - Curadoria de Francesca Cricelli



Francesca Cricelli, é poeta e tradutora literária. Cresceu entre o Brasil, a Itália e a Malásia. Publicou os livros de poemas Repátria no Brasil e na Itália (Selo Demônio Negro, 2015 e Carta Canta, 2017) e 16 poemas + 1 nos EUA (edição de autora, 2017), na Islândia (Sagarana forlag, 2017) e na China (Museu Minsheng, 2018), além da plaquette As curvas negras da terra / Las curvas negras de la tierra (edição bilíngue, Nosotros Editorial, 2019). Suas crônicas de viagem e uma breve prosa de autoficção foram reunidas no livro Errância (Edições Macondo e Sagarana forlag , 2019). Traduziu, entre outras, Elena Ferrante (Biblioteca Azul, 2016) e Igiaba Scego (Nós, 2018). É doutora em Literaturas Estrangeiras e Tradução pela Universidade de São Paulo, com uma tese sobre o acervo de cartas de amor de Giuseppe Ungaretti para Bruna Bianco. Atualmente vive na Islândia onde estuda língua e literatura islandesa.




















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